Prefeito é contra mudança na cobrança do ISS e diz que proposta pode provocar aumento de preços em vez de baixar carga tributária.Quem paga a conta. Logo depois das eleições, a Câmara deve retomar a discussão da reforma tributária. Segundo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, existe ambiente político para que a proposta seja votada até o fim do ano. Mas, ao participar das sabatinas promovidas pelo BRPolítico com os candidatos à Prefeitura de São Paulo, o prefeito Bruno Covas criticou a ideia de mudar o sistema de cobrança do Imposto Sobre Serviços (ISS). Segundo o prefeito, todas as grandes cidades terão perda de arrecadação, se a proposta for adotada. E, no caso específico da cidade de São Paulo, a perda é estimada em R$ 10 bilhões em dez anos.
Confusão tributária. O prefeito disse que não se trata de se preocupar apenas com a perda de arrecadação da cidade. Segundo ele, o sistema de transição do modelo atual para o próximo vai gerar imensa confusão tributária no País. "A projeção para a cidade de São Paulo é de perda de R$ 10 bilhões para os próximos dez anos. Mas acho que muito mais do que tratar da perda da arrecadação de São Paulo é a confusão que teremos nos próximos anos. Nós vamos ter no País a convivência de dois sistemas tributários distintos. Então, ano a ano, você vai ter que mudar a forma de pagar tributo no País para poder ter, num prazo de vinte anos, a mudança de um sistema para outro sistema", reclamou.
Vai subir. Covas disse que a mudança proposta não vai trazer simplificação tributária, mas vai provocar aumento de preços. "Vamos ter aumento nos planos de saúde, nas escolas privadas, em todos os serviços que são realizados. E São Paulo é uma cidade de serviços. Então, não estamos apenas preocupados com a arrecadação da prefeitura. Estamos preocupados que, num momento de crise, em que se fala de retomada econômica, vai se atacar com o aumento de carga tributária o principal elo que gera postos de trabalho na cidade. Então, é muito preocupante", disse. "Tenho falado com muitos prefeitos. Todos os grandes municípios estão preocupados com isso", afirmou.
Passou. Em Brasília, Jair Bolsonaro conseguiu emplacar um de seus principais aliados no Tribunal de Contas da União (TCU). Depois de uma sabatina amena, sem perguntas espinhosas, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, teve sua indicação aprovada pelo Senado para o TCU. Jorge só vai assumir o posto estratégico em dezembro porque o atual dono da vaga, ministro José Múcio Monteiro, só se aposenta em dezembro. O movimento de Bolsonaro será duplamente bem sucedido essa semana com a indicação de Kássio Nunes Marques devendo ser também aprovado sem sustos no Senado. Aos poucos, o presidente vai espalhando seus aliados em posições importantes no jogo político de Brasília.