Número é suficiente para receber aprovação da Anvisa, mas é menor do que a taxa de 78% apresentada na semana passada pelo governo de São Paulo.
Número menor. Depois de sofrer críticas pela falta de informações importantes na divulgação da taxa de eficácia da Coronavac, o governo de São Paulo e o Instituto Butantã apresentaram hoje o número consolidado eficiência da vacina feita em parceria com a chinesa Sinovac. A eficácia geral registrada ficou em 50,38%. O número é bem menor do que a taxa divulgada na semana passada, que foi de 78%.
Mas a vacina é boa. O fato é que o número anterior, bem mais positivo, era de um recorte do estudo. O que foi apresentado nesta terça-feira é completo. Independentemente da diferença dos números, o ponto central é que 50,38% é um indicador suficiente para que a vacina seja aprovada pela Anvisa. Ou seja, a vacina é boa e isso é o que importa no momento em que o Brasil já ultrapassou mais de 200 mil mortes pela doença.
Dia D. O governo federal segue sem anunciar em qual dia a vacinação será iniciada no País. Depois de mais uma declaração evasiva do ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, que declarou que a data seria "no Dia D e na Hora H", segue a espera por uma definição. Em São Paulo, está mantida a previsão de início da imunização para o dia 25 de janeiro. Mas, dependendo do que o governo decidir, pode até ser que comece antes.
Falta o ok. O Instituto Butantã ainda aguarda a autorização da Anvisa para seu pedido de uso emergencial da Coronavac. A agência pediu mais documentos sobre a vacina, que foram enviados. Além do Butantã, a Fiocruz também pediu autorização para o uso emergencial da vacina Oxford/AstraZeneca. A Anvisa deve dar sua resposta aos dois pedidos até domingo.
Guerra política. Como de costume, a busca pela vacina continua sendo transformada em disputa política. Adversários do governador João Doria - especialmente os bolsonaristas- criticaram sua ausência no anúncio da taxa mais baixa. Além disso, integrante da chamada ala ideológica do bolsonarismo ironizaram nas redes sociais a eficácia de 50,38%, como se o número fosse pequeno e questionando sua eficiência. Um comportamento ruim num momento em que a vacinação é a saída para começar a conter a pandemia do coronavírus.
Para lembrar. Sem a vacinação, a pandemia segue ocorrendo de forma muito elevada no País. Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil registrou mais 1.110 mortes pelo coronavírus nas últimas 24 horas. O total de mortes chegou a 204.690. A vacinação precisa começar o mais rápido possível.