Europa adota medidas para conter segunda onda de covid-19 | | Enquanto governos europeus voltam a restringir circulação e atividades econômicas, Brasil comemora redução de platô de contágio, mas até quando? Maré. E a segunda onda, de fato, chegou antes da vacina. O que até agora era tratado com cautela, e abordado por governos e setores da imprensa como repique de casos de covid-19 em alguns países por conta do verão, se configura, de fato, uma segunda onda com alto potencial de contaminação. Países como França e Alemanha se juntaram à Itália e também anunciaram nesta quarta-feira diferentes graus de medidas restritivas da economia e da circulação de pessoas.
O que fecha? A Europa é de novo o epicentro da pandemia, com mais de 44% de aumento de novos casos no intervalo de uma semana. Por conta disso, os governos saíram de restrições localizadas para medidas mais duras. No mundo, foram 516 mil novos casos registrados só na terça-feira, e mais de 7 mil mortos. Na França, Emmanuel Macron anunciou novo confinamento nacional até 1º de dezembro, com fechamento de bares, restaurantes e serviços não essenciais, mas não de escolas desta vez. Na Alemanha, Angela Merkel fez acordo com governos locais para um lockdown em novembro. Eventos esportivos terão público proibido, e o governo pediu o adiamento de viagens não essenciais.
Mercados derretem. A confirmação de uma segunda onda com força equivalente à primeira derrubou mercados no mundo todo e também no Brasil. Por aqui, o dólar fechou o dia cotado acima de R$ 5,76, tendo chegado a R$ 5,79, o que forçou o Banco Central a leiloar moeda americana. A Bolsa teve seu quarto dia seguido de queda e fechou em baixa de 4,25%, a maior desde abril.
E o governo Bolsonaro? Por enquanto, está alheio à segunda onda. O presidente, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o Ministério da Saúde não se reuniram, não anunciaram nenhuma conferência com governadores e prefeitos para traçar cenários e protocolos caso a segunda onda chegue aqui, não analisaram restrições a voos vindos da Europa. Nada.
Enquanto isso... O dia foi tomado por uma daquelas notícias típicas do governo Bolsonaro: um decreto extemporâneo e mal redigido abria a possibilidade de parcerias com a iniciativa privada para construção e gestão de Unidades Básicas de Saúde, o que foi lido como um balão de ensaio para um avanço privatizante sobre o SUS. Houve forte reação da comunidade de Saúde, de especialistas, economistas, das redes sociais e da classe política, inclusive aliados do governo, o que levou a que Bolsonaro anunciasse a revogação da medida.
Método do caos. Incrível que no curso de uma pandemia o governo use um decreto, a menos democrática das iniciativas legislativas, para mexer na atenção primária de saúde. Ainda que haja modelos bem sucedidos de parcerias com organizações sociais em saúde em Estados e municípios, isso deve ser fruto de amplo debate com todos os setores envolvidos e tratado com transparência. Ainda mais num momento em que a existência do SUS, a despeito de suas carências de recursos e estrutura, é apontado de maneira unânime por estudos aqui e no exterior como uma das causas para que nosso caos no enfrentamento da pandemia não tenha sido ainda maior. | | Ex-porta-voz reforça ideia que Bolsonaro vira as costas para aliados. Em duro artigo publicado no Correio Braziliense, o general Otávio Rêgo Barros fez sua primeira manifestação pública desde que deixou o cargo de porta-voz da Presidência. Sem citar o nome de Jair Bolsonaro, o general usa o exemplo do imperador romano Júlio César para lembrar ao presidente que o poder é transitório. Com o título de "Memento moro", "lembra-te que és mortal" em latim, o general reforça a ideia de que o presidente, desde que venceu a eleição em 2018, virou as costas para os antigos aliados, especialmente aqueles que fazem alertas e críticas aos problemas do governo. Leia Mais | VOCÊ TAMBÉM PRECISA LER Eleições nas Redes: Números do primeiro mês de campanha virtual No último dia 26, os candidatos da eleição municipal chegaram ao 30º dia de campanha na internet. Pela biblioteca de anúncios disponibilizada por Mark Zuckerberg, é possível observar como os marqueteiros têm apostado na web. Neste primeiro mês, foram impulsionados quase 250 mil anúncios sobre temas sociais, eleições ou política —o que atinge também algum conteúdo sobre cursos e consultorias— no Facebook, Instagram, Messenger e Audience NetWork. Ao todo, foram investidos R$ 19,8 milhões, ou R$ 27,5 mil por hora. Leia Mais Governadores querem apoio do Congresso para cobrar governo por vacinação Os governadores estaduais deverão se reunir na próxima terça-feira, 3, com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para fazer alguns pedidos. Além da celeridade para votar liberação de recursos, a ideia é ter apoio na briga com o governo federal para manutenção do acordo na reunião do último dia 20, que estabelece a criação de protocolos para vacinação. Leia Mais Copom mantém taxa Selic em 2,0% Nem mesmo o seguido aumento de preços, especialmente dos alimentos, fez com que o Comitê de Política Monetária (Copom) alterasse a taxa Selic. Na reunião desta quarta-feira, a taxa foi mantida em 2,0%. Leia Mais |
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