Ministros do STF aumentam pressão sobre governo Bolsonaro | | Em 24 horas, três ações de ministros causaram desconforto ao governo, incluindo a derrubada de isenção para a compra de armas.
Pressão. Em apenas 24 horas, ministros do Supremo Tribunal Federal tomaram três decisões que contrariam ou provocam desconforto ao governo de Jair Bolsonaro. No domingo, Ricardo Lewandowski deu 48 horas para que o governo fixasse uma data para começar o plano de vacinação contra a Covid-19. Nesta segunda, o ministro Edson Fachin concedeu liminar para barrar a isenção de impostos para a importação de pistolas e revólveres. E, para fechar, a ministra Cármem Lúcia deu 24 horas para que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a Abin expliquem se ajudaram na defesa do senador Flávio Bolsonaro, na investigação do caso das rachadinhas.
Mal estar. São públicas as desavenças dos bolsonaristas e do próprio presidente com o STF. E as três decisões ajudaram a aumentar o desconforto no relacionamento. Até porque as medidas envolvem temas polêmicos e que agitam demais a bolha bolsonarista, como armas, vacinação do escândalo das rachadinhas.
Sem arminha. A decisão mais inesperada foi, sem dúvida, a tomada por Fachin, que atendeu liminarmente a um pedido do PSB contra o "libera geral" para compra das armas importadas. A medida, autorizada pela equipe econômica do governo, acabou com a taxa de 20% de tributação e atendeu a uma bandeira de campanha de Bolsonaro, que prometeu facilitar a compra de armas. A isenção começaria a valer a partir do dia 1º de janeiro. Fachin, porém, concordou com o pedido do PSB e concedeu a liminar, que ainda precisará ser submetida ao plenário da Corte. Mas ainda não há prazo para que isso ocorra.
Impacto. Na sua argumentação, Fachin se justificou afirmando que a isenção provocaria impacto negativo sobre a indústria nacional, que seria prejudicada com a entrada das armas estrangeiras mais baratas. Argumentou também que a facilidade da importação também fere direito à vida e à segurança. Essa liminar provocou questionamento do deputado Eduardo Bolsonaro. "Será que isso colaborará para os bandidos terem menos armas? Claro que não. É garantia constitucional pagar mais impostos? Difícil entender tal decisão...", reclamou nas redes sociais.
Expliquem. Já as cobranças feitas por Lewandowski e Cármen assumem um papel de fiscalização sobre possíveis omissões e excessos de membros do governo. Num, a cobrança é pela apresentação de um plano nacional de vacinação com data para começar., já que o governo parece completamente confuso sobre como vai agir. Na outra, trata-se verificação para saber se o aparelho do Estado atuou fora de suas atribuições para ajudar na defesa de um dos filhos do presidente. Só o fato de cobranças desse tipo estarem sendo feitas, já mostra como a situação é delicada e pode aumentar de temperatura conforme as reações do governo. | | Acuado pelo STF e pelo Congresso, governo improvisa plano de vacina. Acuado pela pressão do Supremo Tribunal Federal, o governo Jair Bolsonaro divulgou um Plano Nacional de Imunização improvisado, sem data de início nem cronograma de cada uma das fases rascunhadas, exclusão de imunizantes em fases finais de testes e contestação por parte de cientistas incluídos no rol dos que teriam elaborado a proposta. Leia Mais | VOCÊ TAMBÉM PRECISA LER 'Regulamentação do Fundeb foi contra o estado laico e a melhoria da educação básica' O texto da regulamentação do Fundeb, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica, tão logo foi aprovado na Câmara na semana passada, começou a receber críticas de especialistas da área. Nas contas da co-fundadora e presidente-executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, o projeto de lei que regula o fundo pode tirar R$ 12,8 bilhões das escolas mais pobres e entregar para as confessionais, ligadas a alguma religião. Leia Mais Do Marcelo: É melhor um pedaço da reforma tributária do que nada Quando parecia que a reforma tributária caminhava para a bacia das almas, o lugar do Congresso aonde penam os projetos sem consenso, um início de acordo começou a ser construído. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o líder do governo, Ricardo Barros, estão perto de fechar um acerto em torno apenas da criação da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que estabelece o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) unificando PIS/Cofins numa alíquota de 12%. Leia Mais Butantan pode atrasar entrega de resultados da Coronavac A entrega por parte do Instituto Butantan dos resultados de fase 3 de testes com a Coronavac, que estavam previstos para serem enviados na próxima terça-feira, 15, à Anvisa pode atrasar. Leia Mais |
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