A decisão de Jair Bolsonaro de dar uma forcinha à autoestima de Onyx Lorenzoni, depois de humilhá-lo publicamente, e durante suas férias, designando-o para levar e ler a mensagem do Executivo na abertura do ano legislativo, nesta segunda-feira, foi recebida com um misto de deboche e ceticismo pelos congressistas.
Ministro chefe da casa civil, Onyx Lorenzoni Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão
Eles voltam a Brasília nesta segunda-feira convencidos de que não houve nenhum aprimoramento nos mecanismos de articulação com o Legislativo por parte do governo: se é o general Luiz Ramos o responsável pela relação com o Congresso e ele vem, de fato se esmerando em ter maior interlocução com partidos e lideranças, por que resgatar Onyx do limbo neste momento?
“As necessidades pessoais do governo, suas briguinhas internas, a forma como Bolsonaro administra a equipe com base em lealdade pessoal acabam tornando completamente imprevisível a articulação e fazem com que a gente nunca saiba quem, de fato, está comissionado para tomar as decisões e falar pelo governo”, observou na noite de domingo ao BRP um deputado com experiência em muitos governos e desalentado quanto à chance de a agenda deste ano deslanchar.