Em agosto, defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) acionou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para apresentação de supostas “irregularidades das informações constantes de Relatórios de Investigação Fiscal” contra o parlamentar. O motivo seria que os documentos “diferiam, em muito, das características, do conteúdo e da forma dos mesmos Relatórios elaborados em outros casos”, conforme revelou a revista Época e confirmou o Estadão.
Desde julho de 2018, Flávio é investigado pelo Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) por suspeita de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa revelada em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O trabalho identificou “movimentações financeiras atípicas” de 75 assessores ou ex-assessores de deputados estaduais do Rio.
Fabrício Queiroz, assessor de Flávio quando o filho do presidente era deputado estadual fluminense, foi um dos citados. Ele movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. A quantia era incompatível com a renda dele. O MP suspeita que Queiroz operava, a mando de Flávio, um esquema de “rachadinha”. Ou seja, ele recolheria a maior parte dos salários dos colegas de gabinete, para repassá-lo ao filho do presidente.
O assunto foi tema de reunião realizada no dia 25 de agosto entre o presidente Jair Bolsonaro, advogados do filho, o ministro do GSI, Augusto Heleno, e o diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem.
Segundo nota da defesa de Flávio enviada à revista, “registre-se, finalmente, que o fato foi levado diretamente ao GSI por ter sido praticado contra membro da família do Senhor Presidente da República”.