Se levar adiante sua pretensão, declarada em entrevista ao Estadão, de criar um imposto que incida sobre qualquer movimentação financeira, inclusive transações em espécie, Marcos Cintra estará levando Jair Bolsonaro a cometer o primeiro estelionato eleitoral desde que assumiu. Sim, porque pode-se questionar de várias das medidas anunciadas pelo governo, mas não se pode dizer que elas não tenham sido esboçadas ou defendidas na campanha.
Quanto à volta da CPMF ou similar, essa foi desmentida cabal e textualmente pelo então candidato, quando foi defendida por Paulo Guedes em encontro com empresários a partir de sugestão do mesmo Cintra. Foi um dos principais ruídos da campanha eleitoral e gerou desgaste a Bolsonaro nos poucos debates dos quais participou. O que farão o presidente e o ministro Paulo Guedes agora? Além de tumultuar a discussão da reforma da Previdência, como escrevi no post anterior, o secretário da Receita coloca o presidente em maus lençóis bem no dia em que ele anuncia um pacote para mostrar iniciativa após 100 dias de governo. / Vera Magalhães