Já há parlamentares acreditando que uma das benesses da derrubada da MP do “E daí” (966) pode colocar um freio na desvairada defesa que Jair Bolsonaro faz do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina. Nenhum dos medicamentos teve eficácia comprovada diante do coronavírus, mas trazem uma série de efeitos colaterais aos usuários. Sua recomendação sem o devido aval científico poderia trazer problemas e explodir no colo de seu “padrinho” brasileiro.
“O principal objetivo do presidente com a MP 966 é ter um excludente de ilicitude para os crimes que ele e seus próximos cometerem, tenho confiança que o STF não permitirá que isso aconteça”, disse ao BRP o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Seu partido protocolou no Supremo uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a medida provisória.
“A MP é abusiva e desnecessária. Vamos buscar a sua devolução ou rejeição, ao mesmo tempo em que buscamos a Justiça”, afirmou o também senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que cujo partido também procurou o Judiciário contra a medida provisória. A MP tem por intenção livrar agentes públicos de punição cível ou criminal por erros cometidos durante a pandemia que não tenham sido cometidos por “dolo ou erro grosseiro”.