O vice-presidente Hamilton Mourão se mostrou otimista com o futuro da vacina produzida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan em entrevista à revista Veja. O presidente Jair Bolsonaro, por outro lado, repete à exaustão que não vai comprar nenhuma dose do imunizante gestado no quintal do governador João Doria (PSDB-SP).
O vice-presidente Hamilton Mourão Foto: Adriano Machado/Reuters
“Essa questão da vacina é briga política com o Doria. O governo vai comprar a vacina, lógico que vai. Já colocamos os recursos no Butantan para produzir essa vacina. O governo não vai fugir disso aí”, disse o general. Mourão já se colocou lá atrás a favor da tecnologia 5G da chinesa Huawei quando Bolsonaro começava a ser pressionado pelos Estados Unidos para barrar o acesso da concorrente no mercado brasileiro.
Uma das primeiras perguntas ao vice-presidente era se ele se sentia “confortável” para discordar de Bolsonaro. “É lógico. Mas eu acho que a discordância não pode ser pública. Muitas vezes as polêmicas ocorreram porque falei algo sem saber o que ele estava pensando sobre o assunto. A partir do momento em que eu sei o que ele pensa, fico em silêncio, mesmo que discorde. Isso é uma questão de disciplina intelectual”, disse ele. A questão sobre a vacina veio bem depois.
Sobre seu futuro político, Mourão disse que, “talvez”, ele possa concorrer a um assento no Senado.