O jornalista Guilherme Amado publicou na revista Época que Carlos Bolsonaro havia alertado o presidente da República sobre o enorme número de críticas que os bolsonaristas vinham fazendo contra o que o próprio Jair Bolsonaro chamaria de “vacina chinesa de João Doria“. No Twitter, com uma agressividade típica, o vereador carioca mandou o jornalista “chupar um alicate”. Em seguida, citando os artigos da Constituição que fazem referência à liberdade de expressão, alegou estar impossibilitado de ser “Controlador Geral da União” por momentaneamente ocupar um cargo na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Estou impossibilitado de ser o “Controlador Geral da União” nomeado pel(x) Guilherme Amado, pois momentaneamente ocupo o cargo de vereador da cidade do Rio de Janeiro! Há impedimento legal! ????!
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) October 21, 2020
Mas a indelicadeza da resposta não saiu como esperado quando replicada no Facebook. Para ganhar tempo, Carluxo recorreu a um screenshot. Ao completar o desaforo nos comentários da postagem, no entanto, a mesma mensagem foi publicada pela conta do presidente da República. O equívoco ficou no ar por quase uma hora, até que findou apagado.
Publicado por Carlos Bolsonaro em Quarta-feira, 21 de outubro de 2020
O acesso de Carlos Bolsonaro às redes sociais do pai já não é segredo. E abriu mão de qualquer disfarce quando, há um ano, o Twitter do presidente da República defendeu a execução de pena após condenação em segunda instância. No que o próprio Jair Bolsonaro desautorizou o posicionamento, a mensagem foi apagada.
Nesta eleição, alegando segurança, o Zero Três pela primeira vez abrirá mão das ruas para pedir votos. Conta, para tanto, com um total de 5 milhões de seguidores nas redes sociais. O que é bastante, certamente suficiente para garantir um sexto mandato como vereador, mas nada comparável aos quase 40 milhões de perfis que acompanham as contas do próprio pai no Facebook, Instagram, Twitter e YouTube.
No início do mês, Jair Bolsonaro chegou a fazer uma doação de R$ 10 mil em espécie à campanha do filho. Apontada a irregularidade, Carlos argumentou que tudo não passou de mais um equívoco e, em nova declaração de receitas, informou que a quantia fora doada por “transferência eletrônica”.