Celso Russomanno (Republicanos) escancarou em fala nesta semana algo que outras campanhas em São Paulo começam a explorar de forma menos direta: o questionamento à saúde de Bruno Covas e sua capacidade de governar caso reeleito.
Num evento para empresários, Russomanno afirmou: “E agora eles [campanha de Covas] já prepararam o novo vice, que deve ser o que vai assumir, cheio de rolo na vida. Pior, ganhando dinheiro em cima de crianças, de creches”.
A exploração do fato de o tucano tratar um câncer há um ano provocou revolta no QG da campanha e mereceu repúdio de editorial do Estadão, mas ele não é o único a flertar com o tema. Num segundo turno, inclusive, candidatos fazem testes de como abordar a questão sem incorrer na mesma insensibilidade revelada por Russomanno.
Na sabatina no Estadão na última quinta-feira, Márcio França circundou o tema em algumas respostas, mesmo sem ser perguntado diretamente sobre isso. Ao abordar sua rivalidade com João Doria, disse que Covas é um “bom menino”, “uma pessoa valente”, fez menção à sua coragem para enfrentar a doença, mas questionou se ele estaria focado na prefeitura caso reeleito e fez menção à sua fragilidade e à falta de “pulso”. Afirmou que hoje quem governa a cidade é “um grupo de vereadores”, porque o prefeito “está sem nenhuma condição”.
O vice de Covas, Ricardo Nunes (MDB), que é vereador, tem sido alvo de diversas reportagens apontando interesses de suas empresas em contratos e convênios com a prefeitura. Isso deverá ser mais explorado no segundo turno, seja quem for o adversário do prefeito.
Na sua participação no ciclo de entrevistas que promovemos aqui no BRP, Bruno Covas disse que ainda tem um tratamento a fazer para o câncer, que está controlado, mas do qual não está curado, disse se sentir em perfeitas condições de saúde para o dia a dia e reafirmou a disposição de ser transparente ao comunicar seu estado de saúde à população.