Fica cada vez mais difícil de acreditar do discurso do ministro da Educação, Abraham Weintraub, de que as atividades acadêmicas não serão prejudicadas pelos cortes na pasta. Dentro do MEC, a Capes, financiadora da maior parte das bolsas de mestrado e doutorado no País, será quem mais vai sofrer na pele os cortes no Orçamento de 2020. Isso porque, no ano que vem, a fundação vai receber somente R$ 2,2 bilhões. O valor corresponde a menos da metade do Orçamento desde ano, que foi de R$ 4,3 bilhões.
Foto: Dida Sampaio/Estadão
O ministro da Educação diz que a medida foi necessária para garantir que as universidades federais tenham, no ano que vem, quase o mesmo montante de recursos destinados em 2019 para custear suas atividades. “Quase tudo vai ficar igual ou melhor. O único lugar que teremos de apertar e vai aparecer número ruim será na Capes. Vai sair o número, o pessoal vai gritar, mas será resolvido”, disse o ministro ao Estado.
O projeto de lei orçamentária enviado ao Congresso pela equipe econômica destina R$ 101,2 bilhões para o Ministério da Educação arcar em 2020 com todas as suas despesas obrigatórias. Trata-se de uma queda significativa ante os R$ 123 bilhões aprovados para 2019.
Sabendo que há grandes chances de boa parte da pesquisa brasileira ser paralisada pela falta de pagamento das bolsas, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quer direcionar parte dos recursos do fundo da Lava Jato para o CNPq, agência de fomento ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Um pedido foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, para que reserve R$ 250 milhões de um fundo da Petrobrás para destinar aos pesquisadores.