O Ministério Público Eleitoral de São Paulo vai apurar suspeitas de irregularidades em cerca de 5 mil candidaturas de mulheres no País. As candidaturas apresentam indícios de fraude de acordo com um levantamento feito pelas equipes dos deputados Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES) e do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) divulgado pelo Estadão.
O estudo se baseou em características comuns a candidaturas lançadas para fraudar o processo eleitoral, principalmente para cumprir cotas de mulheres nos partidos. Com base no levantamento, o procurador regional eleitoral Sérgio Monteiro Medeiros determinou a apuração.
Para chegar nas 5 mil candidaturas suspeitas, a equipe do gabinete compartilhado dos parlamentares usou inteligência artificial para cruzar registros eleitorais desde 2004 e comparou com as informações prestadas pelas candidatas neste ano, entre outros dados. O levantamento considerou 35 aspectos que indicam a possibilidade de uma candidata ser “laranja”, como ausência de declaração de renda, escolaridade baixa, nenhum gasto de campanha declarado e baixo número de mulheres filiadas ao partido na cidade em que disputa.
No documento, endereçado à Promotoria Eleitoral do Estado de São Paulo, Medeiros diz que a reportagem do Estadão demonstra que o fenômeno das “candidaturas laranja” “continua a ser um fenômeno, lamentavelmente, presente entre nós”.