A menos de uma semana da realização da primeira etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcada para o próximo domingo, 17, a bancada do PT na Câmara e no Senado aderiu à reivindicação de entidades estudantis na cobrança pelo adiamento da prova em virtude do alto índice de contaminação pela covid-19 que o País enfrenta neste início de ano.
Em nota, os parlamentares pedem a construção de um planejamento “participativo e democrático” para a definição de novo calendário para a realização do exame, que é a principal porta de entrada de estudantes em universidades públicas.
O texto dos petistas também traz críticas à postura do governo federal no trato da pandemia. “Uma gestão baseada em evidências científicas e no respeito à vida não teria dúvida sobre a necessidade de adiamento do Enem, um exame que engloba um universo de 5,8 milhões de candidatas e candidatos, além das trabalhadoras e trabalhadores envolvidos na complexa logística de aplicação do exame”, diz trecho da nota.
Além do agravamento da crise sanitária, que se manifesta no aumento do número de casos, mortes e ocupação de leitos da covid-19, os parlamentares citam o aprofundamento da desigualdade, sobretudo na educação, causada pela pandemia.
Enquanto parte das escolas particulares conseguiu se organizar para oferecer aulas à distância, na rede pública houve dificuldade de garantir o acesso dos alunos às atividades remotas.
“Ademais, como o Enem é a principal porta de acesso ao ensino superior e o governo federal não implementou nenhuma política consistente para assegurar o acesso dos estudantes das escolas públicas a atividades pedagógicas não presenciais, a realização do Enem neste momento aprofundará as desigualdades educacionais, desestimulando estudantes e projetos de vida”, aponta.