O candidato à Prefeitura de São Paulo apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, Celso Russomanno (Republicanos), tentou levar as mãos sobre os escândalos e investigações de casos de corrupção envolvendo pessoas próximas ao governo federal, que usa como cabo eleitoral. Questionado sobre as denúncias contra integrantes da família do presidente e sobre o episódio do ex-vice-líder do governo no Senado, Chico Rodrigues (DEM-RR), investigado por desvio de verba de combate à pandemia e flagrado com dinheiro na cueca, Russomanno respondeu que “não está intitulado no código penal crime de amizade” em sabatina do Estadão nesta segunda-feira, 19.
O candidato Celso Russomanno na sabatina do Estadão Foto: Reprodução/TV Estadão
Depois de falar algumas vezes sobre a sua amizade pessoal com o presidente e enfatizar que suas promessas de campanha se amparam na promessa de investimento do governo federal na Capital paulista por conta dessa amizade, Russomanno afirmou: “Não pode imputar responsabilidade a uma pessoa por conta de alguém que é amigo, que participa do governo ou deixa de participar”.
“Eu não consigo entender até como bacharel em direito que as pessoas criminalizem as outras por ter amizade. Cada um é responsável pelo que faz”, disse. “Mas continuo dizendo: tenho muito orgulho de ter o presidente Bolsonaro na minha campanha.”
Russomanno copiou o posicionamento de Bolsonaro na “guerra das vacinas” travada entre o presidente e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pela obrigatoriedade da vacinação contra o coronavírus. Questionado, o candidato disse ser contra a imunização compulsória da população. “Nós já fomos obrigados a largar nossos trabalhos, as donas de casa ficaram sem as diaristas, que foram obrigadas a ficar em casa, os nossos empregos foram embora, nós fomos obrigados a uma série de coisas agora querem obrigar a tomar vacina?”, disse. Mesmo com a fala e com a concordância com o posicionamento de Bolsonaro, Russomanno disse “acreditar na ciência” e não ser negacionista.