O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), prometeu, nesta quinta-feira, 4, que a população do Estado começará a ser vacinada contra a covid-19 já em janeiro. A promessa conflita com a declaração dada ontem pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que estimou o início da vacinação no País para março.
O governador de São Paulo acompanha a chegada do 2º lote da Coronavac em Guarulhos. Foto: Governo de SP
O tucano se disse “indignado” com a previsão apresentada pelo Ministério da Saúde.
“Por que iniciar a vacinação em março, se podemos fazer em janeiro, como outros países já começam a fazer agora. Vamos perder mais 60 mil vidas para iniciar a imunização? Reafirmo que, de forma responsável, seguindo a lei, nós, no próximo mês de janeiro, cumprindo o protocolo com a Anvisa, vamos iniciar a imunização dos brasileiros de São Paulo. Não vamos aguardar março e enterrar mais brasileiros”, disse Doria em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes.
Para que seja possível o início da imunização, no entanto, é necessário aguardar os resultados da fase 3 de testes da Coronavac, desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac e produzida em parceria com o Instituto Butantan, cujos resultados estão previstos para 15 de dezembro. A aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também é necessária.
Nesta manhã, o Estado recebeu 600 litros da vacina a granel, cujos insumos serão utilizados para a produção de 1 milhão de doses pelo Butantan. Em novembro, São Paulo recebeu o primeiro lote de imunizantes, com 120 mil doses.
Ao todo, o acordo entre o governo do Estado, o instituto e a Sinovac prevê 46 milhões de doses da vacina. A estimativa é de que outras 6 milhões cheguem ainda neste mês. O restante deve ser enviado até a primeira quinzena de janeiro.